O QUE É A ECONOMIA DONUT?
Estamos vivendo um momento de crise global.
Desigualdade crescente,
colapso ecológico e incertezas econômicas afetam a vida de todos.
Precisamos pensar como a economia pode servir às pessoas e ao planeta.
Por que repensar a economia?
Vivemos em um mundo em crise: desigualdade social crescente, degradação ambiental e incerteza econômica estão entre os muitos desafios que enfrentamos. Sabemos que já ultrapassamos boa parte dos limites planetários, gerando diversos impactos socioambientais que dificultam nossa vida na Terra. Diante disso, surge a necessidade de uma nova forma de pensar a economia.
Kate Raworth, economista e autora de Doughnut Economics, propõe uma mudança de paradigma: em vez de focar apenas no crescimento infinito, devemos redesenhar a economia para garantir o bem-estar humano enquanto respeitamos os limites planetários. Saiba mais sobre o que são os limites planetários
A economia Doughnut se propõe a preencher essa lacuna, oferecendo um modelo que nos guia para garantir que ninguém fique sem o necessário para viver dignamente, enquanto evitamos ultrapassar os limites ambientais da Terra.
No Brasil, um país com vasta biodiversidade e profundas desigualdades, esse conceito pode ser a chave para um futuro mais justo, sustentável e próspero.
Estamos prontos para repensar o modelo econômico e abrir espaço para soluções inovadoras que considerem as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras. É hora de abraçar a economia Donut.
O que são os limites planetários e por que eles importam?
Os limites planetários são um conceito desenvolvido por cientistas do Centro de Resiliência de Estocolmo. Eles identificaram nove parâmetros essenciais para a sobrevivência da humanidade e do planeta. Entre eles estão a mudança climática, a integridade da biosfera e as mudanças no uso da terra.
Esses processos foram classificados em três zonas: zona segura, zona de risco crescente e zona de alto risco, dependendo de quão perto estamos de ultrapassar os "pontos de virada", que são momentos críticos em que sistemas ambientais sofrem mudanças abruptas e irreversíveis.
Atualmente, seis desses limites já foram ultrapassados, incluindo a mudança climática e a integridade da biosfera, colocando a saúde do planeta e da humanidade em risco.
Em sua publicação para a Oxfam em 2012, “A Safe and Just Space for Humanity: Can we live within the doughnut?” e no World Social Science Report, de 2013, Kate Raworth reconhece a importância dos limites planetários como forma de especificar limites biofísicos de precaução dentro dos quais a humanidade pode prosperar, mas aponta para a necessidade de indicar caminhos sociais específicos para permanecer e prosperar nesse espaço seguro.
O que é e como surgiu a Economia Donut?
O Donut oferece uma visão sobre o que significa a humanidade prosperar no século 21 – e a Economia Donut explora as novas formas de pensar necessárias para alcançar esse objetivo.
O conceito foi apresentado pela primeira vez em 2012, em um relatório da Oxfam escrito por Kate Raworth, e rapidamente ganhou destaque global, sendo mencionado por figuras como o Papa, na Assembleia Geral da ONU e pelo movimento Extinction Rebellion.
Em 2017, Kate lançou o livro Economia Donut: 7 maneiras de pensar como um economista do século 21, aprofundando as ideias econômicas necessárias para colocar a humanidade dentro dos limites do Donut. O livro reúne perspectivas econômicas diversas, de forma acessível a todos.
Confira o resumo dessas ideias centrais no TED Talk de Kate Raworth, de 2018:
O Donut em foco: entendendo o diagrama da prosperidade
Pensamos na figura-símbolo do Donut como uma bússola para a prosperidade humana no século 21, com o objetivo de atender às necessidades de todas as pessoas, respeitando os limites do planeta vivo.
O Donut é composto por dois anéis concêntricos: uma fundação social, que garante que ninguém fique sem o essencial para uma vida digna, e um teto ecológico, que assegura que a humanidade não ultrapasse os limites planetários que mantêm os sistemas de suporte à vida na Terra.
Entre esses dois limites está o espaço em forma de donut, que é ecologicamente seguro e socialmente justo – onde a humanidade pode realmente prosperar. Esse conceito é o coração da Economia Donut.
Sete formas de pensar como um economista do século 21:
A Economia Donut propõe uma nova mentalidade econômica para os desafios atuais, focando em dinâmicas regenerativas e distributivas. Baseando-se em escolas de pensamento econômico, ela apresenta sete maneiras de pensar como um economista do século XXI para transformar economias em nível local e global.
O ponto de partida é mudar o objetivo de crescimento infinito do PIB para prosperar dentro dos limites do Donut, reconhecendo que a economia depende da sociedade e do mundo vivo. A Economia Donut também considera que o comportamento humano pode ser cultivado para ser cooperativo e cuidadoso.
Ela entende que economias, sociedades e o mundo vivo são sistemas complexos e interdependentes, sendo melhor compreendidos através do pensamento sistêmico. A proposta é transformar economias degenerativas em regenerativas e divisivas em distributivas.
Por fim, a Economia Donut reconhece que o crescimento pode ser uma fase saudável da vida, mas nada cresce para sempre: o sucesso é crescer até o momento de amadurecer e prosperar.